Nos dias atuais surgiram novas estruturas familiares, incluindo o recasamento, onde temos a opção de procurar novas oportunidades de sermos felizes em um relacionamento. Porém, ao contrário do matrimônio, os filhos são para sempre.
Faz parte do senso comum pensar que o melhor para uma criança crescer saudável e feliz é apenas tendo os pais morando juntos. Isso só é verdade se ela está em um lar saudável, onde os pais estão felizes. Caso contrário, por mais nova que a criança seja, ela pode estar percebendo a infelicidade dos pais, e é comum que se culpe por isso. É muito importante conversar com a criança em uma linguagem em que ela possa entender, não transferindo os problemas conjugais, mas explicando que os pais continuam amando-a e vão continuar participando da sua vida, só que em casas separadas.
Você já ouviu falar em alienação parental? Não é fácil explicar para os filhos que os pais vão se separar. Mas, ainda que você esteja magoado com o seu antigo parceiro, é importante que a criança seja preservada. Muitos pais, ao se sentirem traídos, magoados ou abandonados pelo outro parceiro, usam o filho para atingir o outro, podendo até obrigar a criança a decidir em qual lado vai ficar. Garanto aos senhores pais que a criança é a mais prejudicada nessa situação. Não faça isso com os seus filhos!
Entendemos que ideia de quem prática tal ação não é prejudicar o filho, mas dificultar a vida do outro progenitor, utilizando a criança como instrumento de ataque ao outro. Dessa forma, o filho se encontra no meio do relacionamento conflituoso dos pais, de modo que sua condição de criança e sujeito de desejos é desconsiderada. Acreditamos que os pais querem o melhor para o seu filho e fazê-lo ter que escolher um lado é desestruturante para criança ou adolescente
Existem consequências psicológicas que seus filhos podem enfrentar futuramente, devido a essas circunstâncias, e aqui listo algumas: depressão, incapacidade para adaptar-se aos ambientes sociais, transtorno de identidade e de imagem, desespero, tendência ao isolamento, comportamento hostil, falta de organização e, nos casos mais sérios, abuso de entorpecentes, álcool e até suicídio.
É muito importante que, caso o processo de divórcio esteja difícil, os pais procurem suporte psicológico. O profissional poderá ajuda-los a entender suas necessidades e frustrações com o término da relação e, assim, auxiliar a travessia por esse momento de forma mais amigável, se for o que realmente desejam.
Os filhos são uma das melhores coisas que acontecem em um casamento, e esse momento tão delicado e complicado, eles precisam do suporte de vocês para que entendam que sempre poderão contar com cada um dos dois e que a maternidade e a paternidade é um laço infinito.
Dyesere Diandra Candiago Zanotti
Psicóloga - CRP: 05/59775
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