É com imensa alegria que escrevo meu primeiro de muitos textos para o Instituto da Ponte.

Procurar um profissional liberal não é fácil e quando é na área da saúde mental ainda é mais delicado. Principalmente quando se trata dos psiquiatras e psicólogos, além de trabalharem diretamente com os pacientes, existem barreiras, como mitos e tabus, a serem ultrapassadas. Um deles, psicólogo é pra gente doida, “que tem problema” e eu fico me perguntando: “e quem não os têm?”, nessa mesma linha, é comum a resistência para o tratamento medicamentoso, pois os remédios “fazem mal” (efeitos colaterais), e continuo a refletir “existe remédio bom?” (Importante deixar claro, a importância de utilizar medicação só quando se faz necessário e de acordo com a prescrição e acompanhamento médico) e por último, e não menos importante, muitas pessoas não acreditam que os transtornos mentais (vistos como, besteira, preguiça, doença de rico e por ai vai), como a depressão, que trazem sérios prejuízos, podem incapacitar o paciente e nos casos mais extremos, levar a morte.

A relação terapeuta-paciente é de confiança e de longo prazo, o que reforça a procura por alguém que tenha um discurso que faça sentindo para quem procura pelo atendimento.  Além da procura para si, muitas vezes, pesquisamos para pessoas próximas, como: filho, cônjuge, pai, mãe, amigo, irmão, entre outros. Apesar das inúmeras situações da necessidade de um profissional, pode-se desejar psicoterapia para o autoconhecimento.

Outro ponto de extrema relevância, é o que resultado de todo serviço é relativamente satisfatório ou não, dependendo da experiência vivida pelo cliente. O que quero dizer, é que quando pedimos a indicação de um bom advogado e você recebe uma de uma pessoa próxima dizendo que ele ganhou uma causa perecida com a sua, você pensa, é isso que precisava, suas expectativas de ganhar a causa aumentam e contrata o professional, porém, no seu caso, o advogado perde a causa, não por incompetência, mas sim pelas variáveis que um processo pode conter. Para a pessoa que indicou o advogado continua sendo ótimo, porém o advogado não será bem avaliado por quem perdeu a ação. Mas, e aí? Como devo procurar um psicólogo? Bom, é importante esclarecer que não existe uma receita pronta, mas algumas reflexões podem fazer sentido em sua busca.

As indicações que recebemos, são propagandas mais potente existente no mundo, pois temos confiança em quem nos passa a indicação. Esta é a maneira mais usada e mais eficaz para acharmos um profissional, mas a indicação deve ser usada para separar alguns nomes e não como um fator de decisão. Além da indicação, temos outros recursos, tais como: os referenciados do plano de saúde, busca nas redes sociais, cursos, palestras, entre outros.

Depois de selecionar alguns profissionais/clínicas, podemos verificar se esses profissionais estão devidamente inscritos no CRP (Conselho Regional de Psicologia). É preciso o nome completo do profissional ou seu número no CRP.

Segue o link do CRP/RJ: http://www.crprj.org.br/site/busca-profissional/

Finalmente, é necessário marcar uma entrevista pessoalmente para falar do seu caso e tirar suas dúvidas com o psicólogo. É importante conhecer o lugar, o psicólogo e o ambiente.  Quando for marcar a entrevista, pergunte se há algum custo, isso varia para cada profissional. A entrevista é o momento mais importante para se fazer a escolha do psicólogo, pois é ali que se observa e se analisa, através de suas próprias impressões, mesmo que alguém ou uma instituição (empresa, escola, plano de saúde) tenha feito a indicação. A entrevista é realizada para os dois lados obterem informações importantes, de um lado, o psicólogo que necessita das informações do caso (para verificar se atende ou encaminha para outro psicólogo) e do outro lado, o paciente que precisa sanar todas  suas dúvidas, como por exemplo: o tempo de atendimento, o que se faz durante o atendimento, como é o sigilo, valores, pagamentos, faltas, que tipo de tratamento será feito, entre outros.

Posso afirmar que, ao percorrer este caminho, a escolha do psicoterapeuta fará “sentindo” e sua decisão será assertiva.

Até a próxima!

Thelma Domingues

Psicóloga e Psicopedagoga Clínica - CRP: 05/56218

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