O COVID-19 é um vírus que possui extrema facilidade de transmissão, milhares de pessoas no mundo foram infectados, o que superlotou os hospitais, faltando equipamentos para os pacientes, do respirador e até os equipamentos básicos de proteção para a equipe de saúde e por isso muitos se infectaram e morreram trabalhando.

Com este cenário de pandemia, o isolamento social foi instaurado para proteger as pessoas do perigo da infecção. O período de quarentena é relativo, depende do tempo necessário para proteção contra a propagação de uma doença determinada.

E com tudo isso acontecendo e sem saber o que esta por vir, é possível algumas elaborações:

Por um lado, os aspectos negativos, a insegurança, ansiedade e o medo pela eminência do perigo do contagio cada dia mais perto, rondando famílias, pessoas conhecidas. A insegurança de saber se os governantes darão conta do recado. A ansiedade constante pelo medo do amanhã, que não será mais o mesmo. O medo da contaminação, escolher quem deve morrer e quem deve ocupar o respirador. Os pacientes que não resistem, morrem sozinhos. A epidemia nos desapropria do luto, uns dos ritos que nos tornam humanos. O pavor da falta de comida, energia elétrica, internet, medicamentos…

Os sintomas mais comuns na situação do isolamento e forte stress são: crise de ansiedade, depressão, raiva, estigmatização e solidão. Além disso, em menor frequência: pesadelos, delírios, problemas com higiene, comportamento autodestrutivo, perda cognitiva e queixas psicossomáticas. Caso você senta alguns desses sintomas de forma intensa e frequente, procure o quanto antes um psicólogo, o tratamento poderá ser realizado on-line, na modalidade à distância.

Por outro lado, os aspectos positivos, como: a união, a empatia, a coletividade a compaixão, sentimentos comuns (ou pelo menos, deveriam ser) dos seres humanos. O sentindo da empatia (única espécie no planeta que consegue se colocar no lugar (na realidade) do outro. Quando esta mágica acontece, é transparece o entendimento e surge a compaixão.

Quanto mais tempo com a família, com as pessoas mais importantes e amadas do mundo, todos os esforços, sacrifícios e renúncias, valem a pena! São eles, maridos, pais, filhos, os protagonistas da maioria dos sonhos e dos desejos mais profundos. Reaprendendo, na quarentena, que a família é o bem mais precioso e o quanto é importante sua boa manutenção.

Em geral, as crianças estão alegres, gostando dos pais em casa, recebendo mais atenção, mais tempo e amor. Se um sentimento pudesse descrever o que é fazer parte de uma família, seria esse que a maioria das crianças que estão se sentindo seguras em meio de tantas ameaças. Outras crianças, porém, mais ansiosas e inseguras com o futuro de seus pais e consequentemente o que será dela e de suas famílias. As mulheres e as crianças tornam-se mais vulneráveis, em épocas de crise e recessão econômica e de isolamento social, com o aumento do abuso físico, emocional e moral.

Tempo para refletir os valores, a vida, os desejos, as prioridades, tantas coisas que hoje não fazem mais sentindo como faziam no mês passado. A necessidade de pensar em algo maior, a espiritualidade, entender o quanto a humanidade é frágil, a necessidade da coletividade ao invés da individualização e da polarização.

O que ou quem é o bem ou o mal? O que é verdade? Existe o certo? ou seria o mais apropriado, caso a caso. Existe o errado? ou decidiu na pressão, na impulsividade e fez o melhor que podia? Não existe o certo e errado, existe a realidade de cada um, a partir da sua subjetividade.

Conseguir se colocar no lugar do outro é relativamente fácil, mas se colocar na realidade do outro; esse é o desafio. É tempo de acolher, entender, ajudar, cooperar e de se unir. É hora de compreender e não julgar, é hora de manter a calma e não se irar, é hora de pensar no coletivo e não só no individual.

O hoje, é o dia certo para fazer melhor do que ontem, em todos os sentidos.

Até a próxima!

Thelma Domingues

Psicóloga e Psicopedagoga Clínica - CRP: 05/56218

Compartilhe!

Posts recentes

O Invejoso

A inveja é o desejo, mesmo escondido, de possuir o que pertence ao outro que está perto e [...]

Newsletter