O termo “procrastinar” vem do termo em latim procrastinatus, ou procrastinare, que na tradução literal para o português significa: “à frente de amanhã”. Você provavelmente já ouviu falar nessa tal de “procrastinação”, e pode até fazer uma ideia do que seja, mas talvez não seja íntimo dela. Ou o é, mais do que você pensa.

O ato de procrastinar, que se resume em adiar (e consequentemente prolongar) uma atividade ou uma situação, é natural do ser humano. Por isso, sim, somos todos ao menos um pouco, íntimos da procrastinação. Mas intimidade não implica necessariamente em conhecer profundamente, ou bem o suficiente para lidar da forma mais adequada. Assim como é a relação com as pessoas, deve ser a relação com nossas emoções e comportamentos inatos. Portanto, se faz procedente nos inteirarmos mais sobre esse tema antes de entrarmos no mérito de como ele impacta em VOCÊ, como ser social e como indivíduo.

Procrastinar, por si só, é natural, como foi descrito acima. De acordo com a matéria “A Ciência da Procrastinação”, publicada em 9 de julho de 2020, por Alexandre de Santi no site da revista Superinteressante, esse comportamento surge do conflito entre as demandas do sistema límbico e do córtex pré-frontal. Enquanto o primeiro é uma estrutura primitiva, que se desenvolveu pela recompensa imediata de pequenos prazeres (lançamentos de boas doses de dopamina no cérebro), a segunda estrutura rege as ações de longo prazo, que não fazem com que o cérebro produza dopamina alguma, portanto, não nos motiva da mesma forma. Porém, conforme fomos nos desenvolvendo, passamos a necessitar, e muito, dessa função do córtex pré-frontal para seguimos perpetuando a espécie por meio da seleção natural (vide o exemplo da história da cigarra e da formiga).

 Porém, se esse ato inato não estivesse comprometendo tanto as nossas vidas, não estaríamos falando dele nesse e em tantos outros momentos. Isso também nos traz a reflexão mais subjetiva sobre o fato de que algo, por mais natural que seja, pode ser potencialmente bom ou ruim. Devemos nos fazer dois questionamentos: o primeiro deles é o porquê de estarmos procrastinando a pondo de nos prejudicarmos. Já o segundo é sobre como podemos converter essa demanda, por assim dizer, em algo positivo.

Cada um de nós têm suas (não) motivações para fazê-lo, porém, convenhamos: alguns elementos de nossos cotidianos contribuem significativamente para que nos dispersemos por muito tempo. Sem nos darmos conta, chega a parecer natural, por exemplo, comer uma refeição engolida porque aparentemente as fotos do sobrinho recém-nascido daquela sua conhecida (que você não lembra de onde) estavam mais empolgantes do que a sua própria vida. Quem nunca?

Foi lançado recentemente, na plataforma de streaming Netflix, o documentário “O Dilema das Redes” (The Social Dilemma, no título original). O roteiro não fala, em qualquer momento, na palavra “procrastinar”, porém, aborda massivamente todas as temáticas que mais tangem essa tendência. Legítimo e fundamental em vários aspectos, o documentário em questão nos revela, na prática, como a procrastinação por meio das redes sociais acontece, como ela nos atravessa e se apodera de nossas vulnerabilidades. Você faz ideia de como? Fica a proposta do exercício: pensar sobre, tanto por uma perspectiva social quanto por uma perspectiva individual (você).

Bem, contra esse mal, a psicoterapia pode ser um diferencial positivo e funcional na sua rotina, na sua produtividade e, consequentemente, na sua vida como um todo. Invista em você, acredite no seu potencial e no nosso empenho, aqui na Clínica da Ponte, para te acolher e te ajudar. Venha nos conhecer!

Clara Werneck

Psicóloga - CRP: 05/48863

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