Assim como a Terra gira em torno de si própria e do sol, nós, que vivemos nela, também temos nossos próprios movimentos de rotação e translação.

Fazendo uma analogia, podemos dizer que o nosso movimento de ROTAÇÃO, mais curto e constante, diz respeito à nossa relação com nós mesmos e a como lidamos com nossos processos subjetivos, reflexos de como apre(e)ndemos tudo com o que entramos em contato. Já o nosso movimento de TRANSLAÇÃO, se trata de um ciclo mais complexo e da consolidação do que gradualmente internalizamos com os nossos somados ciclos de rotação. Esse espaço de tempo comporta FASES, ou melhor, ESTAÇÕES, longas o suficiente para serem bem características.

Suponha que toda a sua vida, até agora, possa ser convertida em apenas quatro anos, por exemplo. Talvez você saiba associar algumas fases específicas da sua vida às estações do ano. No outono perdemos algo relevante. Aí vem o inverno e a gente sofre. Mas nada como um dia após o outro, e vem a primavera para sinalizar um recomeço. Logo depois o verão surge para consolidar esse recomeço, trazendo luz e calor. Nesse meio tempo, alguns dias são melhores do que outros: chove aquela chuva serena, ou chove um temporal, onde tudo é escuro e assustador; faz um dia de sol lindo, ou o sol provoca aquele calor que sacrifica. Às vezes faz um friozinho acolhedor, mas às vezes neva, e você sente que só quer se recolher. Tem rotações que parecem durar muito mais de 24h, e outras que a gente pisca e já é o dia seguinte. O tempo, em sua essência, é relativo (tão relativo que foi graças a isso que a gente pode fazer essas analogias).

Assim como o planeta Terra, nós somos abrigo, complexo, formado, construído e desconstruído, por fases e processos. Do contrário: assim como a gente, a Terra é viva, forte e cheia de potencial, tanto de transformar como de ser transformada. Às vezes ela se sente ferida, a tal ponto que, num ímpeto de fúria, joga tudo para o alto.

Mais importante do que refletirmos sobre a nossa similaridade com o planeta que habitamos, é fazermos isso NOS ESPELHANDO nele, que é poderoso, sim, mas, mais do que isso: abundante e generoso. Que assim sejamos para com o outro, nosso semelhante direto, para com todos os seres vivos e para com o planeta.

Clara Werneck

Psicóloga - CRP: 05/48863

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