Os relacionamentos abusivos podem causar grandes traumas psicológicos para as pessoas que passam por esse tipo de situação. Essas atitudes podem vir tanto do homem direcionado para a mulher quanto da mulher para o homem, sim! Isso mesmo, mulheres também praticam um relacionamento abusivo, isso independe de gênero e pode ocorrer em qualquer relação seja ela familiar, amorosa, profissional ou até entre amigos.

A maioria da população associa o abuso na relação apenas a agressão física, mas vai muito, além disso. Os outros tipos de violência ocorrem de formas mais sutil, por isso também são mais difíceis de serem identificadas.

O abuso psicológico é quando um dos envolvidos na relação exerce sobre o outro uma conduta de controle e pode ocorrer  de diversas formas como por exemplos, fazendo com que a vítima duvide das suas capacidades mentais; enfatizando que ela é a culpada por tal situação ter ocorrido, distorcendo fatos; frases como “Você está louca (o)”, “Isso é coisa da sua cabeça”, são ditas frequentemente, entre outras do tipo; desqualifica as relações com outras pessoas (amigos, familiares); critica qualquer coisa que a pessoa faça; a humilha em público e depois justifica dizendo que foi apenas uma “brincadeira”. Geralmente esse tipo de violência ocorre de forma gradual e sem que a pessoa abusada perceba, tornando-a mais dependente do abusador.

O abuso moral destina-se a difamação da pessoa abusada, mentiras sobre sua integridade, xingamentos em público, expor a vida íntima da pessoa, denegrir a reputação do outro. Esses exemplos fazem parte da violência moral.

Abuso contra o patrimônio é quando uma das partes envolvida retém ou danifica, um objeto, documentos pessoais, controla dinheiro do outro, bens econômicos entre outros. Fazendo com que a pessoa não possa acessar aquilo que é seu.

Esses são alguns dos tipos de abuso exercido nas relações além da violência física. Para identificar se você está passando por uma relação abusiva, seja ela de qualquer tipo é importante prestar atenção nos sinais que são dados, muitas vezes de forma pequena, mas muito frequente, como:

  • Ter receio de fazer algo que gosta ou que tem vontade por medo da reação do outro
  • Sentir-se por diversas vezes submisso (a) aquela determinada pessoa
  • Tem grande dificuldade de dizer NÃO, sempre cedendo às vontades do outro.
  • Ter que pedir a permissão ao outro para comprar algo, mesmo tendo sua própria renda.
  • Sentir que não consegue fazer nada certo.
  • Se sentir humilhada (o) constantemente em público
  • Se afastou dos amigo e familiares
  • Todas as suas senhas são compartilhadas com o outro
  • Você tem que dar satisfação a cada passo dado
  • Sente-se culpada (o) por tudo
  • Sente-se pressionada a ter relação sexual quando não tem vontade ou fazer coisas que não queira
  • Se sente chantageada (o)
  • Depois de grandes discussões o agressor te agrada com presentes e comportamento gentil

As relações abusivas geralmente duram muito tempo, pois quem passa por isso não percebe de imediato a situação que está vivenciando, pois as atitudes do agressor são “justificadas” e muitas vezes a vítima sofre sozinha (o) por vergonha ou medo, gerando mais dor.

As consequências de vivenciar uma relação abusiva são graves e pode desencadear distúrbios de sono, distúrbios alimentares, hábitos obsessivos compulsivos, depressão, ansiedade, como também consumo de drogas e pensamentos suicidas.

Ao perceber que está em uma relação abusiva é importante procurar ajuda seja de um amigo, familiares ou de um profissional. Ter uma rede de apoio neste momento é essencial.

O autoconhecimento é de extrema importância para evitar ou perceber de imediato que está em uma relação adoecedora. Através do autoconhecimento você consegue identificar seus limites, sabe o que realmente te agrada, o que te faz bem e aumenta sua autoestima.

Com ajuda de um psicólogo, você pode encontrar formas seguras para sair da situação abusiva, encontrando caminhos fortalecedores e recuperando a sua autonomia.

Se de alguma forma você perceber que está vivenciando um relacionamento abusivo, procure ajude. Não se cale!

 

Rosangela Dantas de Figueiredo

Psicóloga - CRP: 05/58351

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