Preconceito

Você já sofreu alguma forma de preconceito ou bullying, onde você se sentiu diminuído, chegando a acreditar naquilo que estavam falando de você? E muitas vezes o outro disfarça, falando que é brincadeira. Mas não tem graça, não para você, porque dói, e nem sempre conseguimos ignorar isso. Te machuca? Então não é besteira, “mimimi”, culpa sua ou bobagem.

Nem sempre o preconceito é escancarado, muitas vezes ele é velado, e acontece no dia-a-dia. Trago aqui alguns exemplos: no racismo, quando você julga uma pessoa suspeita somente pelo tom da sua pele ou acredita que ela é empregada, se está em um lugar de luxo. Já no machismo, frases como: “ela está pedindo”, “pelo lugar que ela estava”, “pela roupa um pouco curta”, “por não concordar com o marido”, “por ter um emprego de homem”.

Para os portadores de autismo, exemplos práticos acontecem quando todos os amiguinhos da escola são chamado para uma festa e ela não, ou quando todos brincam mas ela fica de fora, porque é mais difícil brincar com ela ou quando tem uma vaga em determinada escola e a vaga simplesmente desaparece porque não estão preparados. A pessoa portadora do autismo e seus familiares sofrem muito nesses exemplos acima. Essas pessoas tem dificuldades de manter uma interação social, ou seja, a realidade dela é de um mundo interior que é separado da realidade externa. Isso faz com que ela se comporte de uma maneira singular, diferente de outras crianças sem a síndrome.

Esses são três exemplos de preconceitos comuns em nossa sociedade, mas existem diversos outros. Quem sofre se incomoda, não porque aconteceu uma vez em um caso isolado, mas porque já foram diversas vezes, em diversas situações e por diversas pessoas. É um ruído em segundo plano, ás vezes não percebemos, mas quem sofre percebe e sofre muitas vezes em silêncio.

A         s consequências do preconceito? Segundo o artigo ciêntifico “O Negro e o racismo no Brasil: Ênfase nas consequências psicológicas”, de Pantoja, Rodrigues e Abrantes, essas pessoas são suscetíveis psiquicamente a desenvolverem, mais comumente: ansiedade, ataques de pânico, baixa autoestima, depressão, comprometimento/crises de identidade e distorção do autoconceito.

Se precisar peça ajuda, se a primeira pessoa não te entender, não se deixe abater, busque outra, em especial alguém que você perceba passando por situações semelhantes. Procure ajuda profissional também, para melhorar sua autoestima, autoconhecimento e se fortalecer contra possíveis transtornos. Se quiser denunciar um preconceito sofrido, disque 100, serviço do Governo Federal para receber denuncias de violação dos direitos humanos.

Juntos somos mais fortes.

Dyesere Diandra Candiago Zanotti

Psicóloga - CRP: 05/59775

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