Vivemos, atualmente, em um campo minado para a divergência de perspectivas. Recorrendo ao ditado popular “todo cuidado é pouco”, no terreno potencialmente infértil para narrativas que visem a COMPLEMENTARIDADE, todo o cuidado é, na verdade, insuficiente. Haverá sempre uma armadilha, tal qual legitimada.

Além da prerrogativa mais que verdadeira de que é impossível agradar a todos, devemos ter em mente que o desagrado tem mais força e voz ativa do que o que agrada. Alimentar emoções negativas é uma tendência humana, tendo nossos antepassados recorrido a elas, em determinadas circunstâncias, para que hoje possamos sobreviver e perpetuar. A exemplo, está o MEDO: uma resposta emocional a um processo bioquímico do sistema nervoso central, sinalizando riscos e mobilizando todo o corpo para uma reação de luta ou fuga. Mas, afinal, são as divergências tão ameaçadoras assim?

Conscientes de que estamos reproduzindo comportamentos e constituindo valores significativamente pautados sobre tais emoções, cabe refletir: até que ponto estarmos condicionados a (nos) defendermos e/ou atacarmos, nesse momento de nossa existência, compromete nossas experiências pessoais e nossa evolução como um todo, como humanidade e sociedade?

Trazer à luz da objetividade discursos essencialmente subjetivos, não os desqualificam, mas, do contrário, enriquece, potencializa, COMPLEMENTA o debate.

Não deixemos, portanto, de nos pronunciamos, claro, munidos de humildade, empatia, sensibilidade e acolhimento, bem como fortalecidos frente às consequências de nos colocarmos, cientes de que JAMAIS estaremos imunes aos genuínos desagrados e, tampouco, às interpretações distorcidas (mesmo que propositalmente). A escuta nem sempre é generosa, porém, busquemos SEMPRE a melhor versão de nossos discursos, sem nunca deixarmos de reproduzi-los, afinal, a pluralidade não é excludente, mas sim potencialmente complementar.

Administrar as nossas emoções mais primitivas, ao mesmo tempo que encaramos as adversidades e obstáculos de nossos tempos, não é nada fácil. Ser resiliente ao medo de se expor, ou de encarar as diferenças com um olhar menos combatente, é fundamental para sermos mais felizes e explorarmos todo o nosso potencial. O AUTOCONHECIMENTO é uma ferramenta eficaz para tudo isso, e a psicoterapia te ajuda diretamente a se apropriar mais e melhor de você. Permita-se, encoraje-se!

Clara Werneck

Psicóloga - CRP: 05/48863

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